segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

INJUSTIÇA E PERSEGUIÇÃO

Um fato interessante  que nos ajuda a refletir nos nossos momentos de mais PERSEGUIÇÃO.
Se você obreiro,jovem, homem e mulher de Deus tem sido injustiçado...  leia este artigo inteiro. As vezes sofremos na carne a dor  da injustiça,da incompreensão, mas são nesses momentos que a gente vê que não somos nada.


"Para não suceder que, havendo ter comido e fores fartos, e havendo edificado boas casas, e habitando-as  , se eleve o teu coração e te esqueças do Senhor  Teu Deus, que Te tirou da Terra do Egito, da casa da servidão".Deuteronômio 8:12:14



Leia até o fim 


Meados de Junho do ano de 1998, eu, um jovem obreiro de 15 anos de idade, tinha mais ou menos 6 meses de obra, tinha abandonado a casa da mãe, morava na igreja, estava sendo preparado para ser pastor, era IBURD. 
Morava comigo na igreja mais um IBURD, um tecladista e um pastor auxiliar da igreja, o tecladista e o pastor dormiam em um quarto, com camas confortáveis, que um dia me fora oferecido, mas recusei, a minha cama era o altar, na época…ainda revestido com carpete vermelho, cheio de ácaros, que me picavam a noite inteira…mas existe lugar melhor para estar do que no altar? 
Certo dia…o pastor titular me chama para conversar, me convidou a adentrar uma sala, coloca três cadeiras, uma de frente para duas…sentei-me em uma cadeira, e o pastor da minha igreja sentou-se com outro pastor titular da região nas outras cadeiras. Iniciou-se um interrogatório. 
Na conta telefônica da igreja, surgiu inúmeras ligações para o tele sexo, para os mais novos, tele sexo é como se fosse um site que oferece sexo virtual, mas…no caso do telefone, o sexo era verbal…isso era muito comum antes de existir a internet, depois que surgiu a internet, eu nunca mais ouvi falar disso. 
Os pastores me perguntavam se eu tinha efetuado essas ligações com o telefone da igreja, eu fiquei completamente sem ação, pois nunca tinha ligado pra isso, nem quando não era da igreja, e eu não seria estúpido o bastante de fazer isso logo no telefone da igreja, mas…não adiantou eu negar, fui muito pressionado, mas mesmo assim eu negava, pois mesmo em meio a pressão dos pastores, eu não iria confessar algo que não tinha feito. 
Logo após me interrogarem, chamaram o outro obreiro que morava comigo na igreja, fizeram a mesma coisa com ele, o pressionaram, e ele jurou que não tinha feito isso, eu acredito…porque em toda a minha jornada espiritual vi poucos homens de Deus como este rapaz. 
Não interrogaram o auxiliar…não interrogaram o tecladista…somente os dois obreiros…resultado: fomos arrancados da obra…não nos colocaram no banco, mas nos tiraram injustamente da obra, por algo que não tínhamos cometido, e ainda por cima divulgaram o corrido para todos os membros, jovens e evangelistas da igreja. 
Foi um verdadeiro inferno…olhos acusadores me perseguiam na igreja, todos sequer me cumprimentavam depois desse fato, se afastaram, de homem de Deus passei a endemoniado em dias…eu não agüentava isso, ser crucificado por algo que se fez é comum, mas é muito duro…ser crucificado por algo que não se fez. 
Eu e este obreiro estávamos sofrendo muito, muitas criticas, perseguições, agressões e julgamento por parte da igreja que outrora nos respeitávamos como homens de Deus que estavam sendo preparados para serem pastores. 
Conversei com este obreiro, confessei que não agüentava mais esta situação, e ele sempre me orientava a ficar firme…a não desistir…mas não agüentei…sai da igreja onde eu fazia a obra e passei a freqüentar outra IURD, justamente para fugir dos meus acusadores.Foi um momento muito difícil na minha vida, nessa época não me afastei…só mudei de igreja para ter paz, mas o povo da minha igreja não sabia de fato se eu tinha me desviado ou não ao perceberem a minha ausência, e mesmo assim, não recebi a ligação de ninguém, não recebi a visita de ninguém, isso que me deixou mais triste, mais angustiado. 
Passei a freqüentar na época a igreja do Brás, saia do meu trabalho, e muitas vezes faltava no colégio a noite ( não aconselho a fazerem isso), para ir a Igreja do Brás, que na época tinha duas reuniões na quarta feira de noite, a das 18:00hs e das 20:00hs. Eu ia participar da reunião das 18:00hs, e ficava para a reunião das 20:00hs, isso mesmo eu ficava buscando o Espírito Santo durante 4 horas, era como se fosse uma vigília…mas era muito bom…saia da igreja pisando em nuvens. 
Neste período de injustiça, de deserto, de abandono, de choro, de angustia, enfim, foi neste exato momento que tive a minha maior experiência com Deus, foi neste período que tive uma maior comunhão com Deus, eu estava passando um verdadeiro inferno, mas estava no paraíso espiritualmente falando. Eu cresci muito. Eu desenvolvi a minha comunhão com Deus nesse período de inferno. 
Ao ir a igreja, eu via os obreiros, meu coração pegava fogo, se ascendia uma verdadeira chama em mim, pois eu não estava como obreiro, porque me arrancaram, mas eu era um obreiro, eu tinha este chamado de Deus…e Deus me “perturbava” muito, sempre me chamando de volta. 
Até que um dia, conversando com um colega de obra, ele me orientou a voltar para a igreja onde eu tinha perdido o meu uniforme, e a batalhar, a lutar, a guerrear espiritualmente falando, e a reconquistar o meu uniforme, achei este conselho absurdo, pois não estava nos meus planos voltar justamente para aquela igreja, muito pelo contrário, eu queria distancia daquilo tudo, quando eu disse isso para o obreiro, ele disse que eu tinha que me humilhar, que assim que eu me humilhasse…Deus me exaltaria. 
Depois deste conselho resolvi voltar para a igreja onde eu tinha perdido o meu uniforme, assim que eu coloquei o meu primeiro pé na igreja, todos os olhos vieram para a minha direção, e enfrentei toda aquela situação de novo, julgamentos, acusações, desprezo, maus olhos, foi um verdadeiro inferno.  O obreiro que foi afastado juntamente comigo, coincidentemente voltou para a obra justamente no dia em que voltei para a igreja, ao todo fiquei afastado da igreja onde eu perdi o uniforme durante três meses. 
Bom..iniciei a minha  guerra, evangelizando, lavando a igreja, trabalhando e agüentando o desprezo e a acusação da igreja, mas dentro de mim…uma alegria imensurável, estava cheio da presença de Deus, mesmo em meio a perseguições dentro da igreja, com jovens e evangelistas onde outrora eram liderados por mim, agora me humilhavam, me viam como um verdadeiro perturbado. 
Mas não tem problema, fiquei nessa situação três meses, foram os tempos mais difíceis mas ao mesmo tempo de maior comunhão com Deus, até que um dia, o pastor estava realizando a reunião da família na quinta feira, e quando me viu no fundo da igreja, deixou o auxiliar orando, e veio ao meu encontro no fundo da igreja e me disse: “Você está de volta na obra, amanhã quero ver você de uniforme”……e depois disso voltou pro altar para fazer a reunião…Meu Deus….fui honrado, um gozo invadiu o meu coração naquele momento.
Me contive, não falei isso pra ninguém, no dia seguinte, cortei o meu cabelo, e tirei do armário o meu uniforme…cheguei na reunião praticamente na metade, e entrei na igreja com uniforme, todas as pessoas evangelistas, obreiros, jovens e membros olharam para mim naquele momento, alguns com ares de espanto, e outros com sorriso, no rosto. 
Depois da reunião muitos me vieram dar os parabéns, uns sinceros outros não, mas como eu tinha apanhado muito..eu sabia quem era..e quem não era sincero comigo, antes humilhado por aquele povo sendo julgado como um perturbado e endemoniado, agora sendo exaltado por aquelas mesmas pessoas como um Homem de Deus. 
Meu amigo e minha amiga, se você está sendo humilhado(a), perseguido(a), injustiçado(a), não se preocupe, mas regozije-se pois Deus está permitindo que isso ocorra para o seu crescimento espiritual, Deus está permitindo que você passe por este deserto para que você venha conhecê-Lo, para conquistar coisas muito maiores. 
Saiba que podemos passar pela maior injustiça, mas o maior injustiçado de todos os tempos foi o nosso Senhor, que veio a este mundo para salvar, e foi crucificado, meu amigo, não se afaste em meio as lutas, não desanime em meio as injustiças, mas se fortaleça no Senhor Jesus, e passe por este deserto com a força do Espírito Santo. 
Nesse ultimo parágrafo vou escrever o destino de todos os envolvidos na história: 
- Igreja: Depois que voltei para a obra fiquei mais dois meses na igreja, depois pedi a carta para outra IURD, o pastor me deu a carta a muito contra gosto, pois não queria que eu saísse da Igreja. A igreja como era de bairro foi fechada um ano depois, e todos os obreiros e membros foram divididos nas igrejas e sedes mais próximas. 
- Obreiro que foi afastado comigo: Até hoje é obreiro, passou-se 12 anos deste ocorrido e o sujeito está firme, este sujeito ficou firme na obra este tempo todo, hoje ele é casado e responsável pelo grupo de evangelização da sua igreja. 
- Um dos pastores que me interrogaram: Não tive mais noticias… 
- Tecladista que morava comigo na igreja e não foi se quer interrogado: Saiu da Igreja, e começou a usar maconha, os obreiros iam evangelizar ele, e ele não dava ouvidos a ninguém, sabe Deus como está hoje. 
- Auxiliar que morava comigo na igreja: Alguns anos o encontrei na catedral em uma reunião de pastores, nunca mais tive noticias, torço para que esteja no altar arrebentando. 
- Pastor Titular que me tirou da obra: Eu vi ele anos mais tarde na catedral, mas…hoje não é mais pastor, não sei o motivo da sua saída, mas tempos atrás esteve pedindo oração para uma das obreiras que fazia a obra comigo naquela época, a obreira disse que ele perguntou de mim, e me mandou um abraço. 
Que o Senhor Jesus abençoe a todos os leitores deste blog. 
Obr. Carlos Alberto



Um comentário:

  1. muito forte esta mensagém!Parabéns homem de Deus , por não ter deixado o orgulho,os problemas e muito menos pessoas de Deus zombarêm do senhor.
    Tenho certeza absoluta que Deus tem um proposito muito grande pra ti.Continue assim fazendo apenas a vontade do Senhor Jesus.
    Deus continue a ti abençõar!!!

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